Direção-Geral do Património Cultural

O atelier original recebeu duas importantes distinções pelos seus trabalhos fotográficos: a primeira foi concedida pelo império Austro-húngaro a Gomes da Silva, em 1866, na sequência do seu retrato da Imperatriz Elizabeth, comumente conhecida por “Sissi”. Em 1903, o seu filho, Vicente Júnior (1857-1933), foi agraciado com o título de “Photographo da Casa Real Portuguesa”, pela sua reportagem da visita à Madeira de D. Carlos de Bragança (1863-1908) e da Rainha D. Amélia de Orleães (1865-1951). Antes, já havia recebido em 1853, a mercê de “Gravador de Sua Majestade a Imperatriz do Brasil, Duquesa de Bragança”. Manteve-se a atividade comercial durante quatro gerações, até aos anos 70. O Governo Regional da Madeira adquiriu em 1979 todos os bens do estúdio, que, após reabilitação, reabre em 1982 como “Photographia-Museu Vicentes”. Em 2014, foi encerrado para trabalhos de requalificação, e reabriu em julho de 2019 com a designação atual. Além de manter a memória do estúdio oitocentista, afirma-se agora como o único museu nacional inteiramente dedicado à fotografia, revelando o património fotográfico da Madeira e muitos dos seus autores e obras até hoje desconhecidos.

O museu apresenta, para além da reconstituição do atelier, uma resenha da história dos processos fotográficos, do daguerreótipo às primeiras fotografias a cores, passando pelos dispositivos de lanterna mágica e pela estereoscopia. O espaço de exposição permanente inclui o espólio de praticamente todas as grandes casas madeirenses de fotografia dos séculos XIX e XX; a exposição temporária exibe novidades numa base regular.

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