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Património Cultural

Exhibitions Prolongada até 1 de outubro

"¿A Terra ainda é redonda?"

Foi prolongada até 1 de outubro, no Museu Nacional de Arte Contemporânea, em Lisboa, a Exposição ¿A Terra ainda é redonda? de Cristina Ataíde.

Curadoria: David Barro

¿A Terra ainda é redonda?

Cristina Ataíde ausculta as diferentes dimensões da alteração da matéria. Fá-lo entregando-se às formas a partir de uma profunda consciência do tempo e do espaço, abraçando os seus ritmos, de forma concentrada e com uma vocação pictórica contida que projeta, paradoxalmente, em obras de uma marcada presença escultórica. São obras que se baseiam na transformação, capazes de poetizar o tempo e suas circunstâncias, mas também de questionar criticamente o nosso lugar no mundo.

As obras de Cristina Ataíde têm contornos esquivos. Como num poema, a proposta do enigma permanece em movimento. Por isso, poderia dizer-se que, no seu trabalho, treme o possível. O pictórico é levado a uma situação limite, desde o desenho e a escultura, e o olhar traduz uma espécie de abismo que se apodera da experiência. Cristina Ataíde conseguiu definir seu próprio estilo e linguagem como uma necessidade interior, legando formas que se movem entre o topológico e o psíquico, capazes de conter a amplitude e a espessura do ar, da terra ou da água. Os seus desenhos, de inconfundível cor vermelha, baseiam-se na sua condição tátil, que a artista consegue obter através sua forma particular de trabalhar o pigmento em seco; parecem dominados pela pátina do desgaste, pela experiência do tempo, como se tentassem convocar-nos para uma intimidade sensorial.

Temos a mesma sensação ao chegar ao espaço expositivo do Museu do Chiado, onde algumas das nossas perceções são corroídas e se vêem envoltas por uma paisagem que deixa que a matéria se manifeste concebendo um lugar próprio, gerando diferentes graus de intimidade, que também são conduzidas a uma linguagem que se conjuga com uma cor, a qual funciona, em primeiro lugar, como uma escrita pré-verbal. Enquanto espetadores, situamo-nos na fronteira da perceção e do olhar, convertidos em observadores de uma espécie de respiração em que cada imagem física é acompanhada por uma imagem mental, onde cada pequeno detalhe atua como desencadeador.

David Barro, curador da exposição


19 de setembro, às 17h00

Performance e pigmento. Aproximações entre arte rupestre e arte contemporânea é o mote para uma conversa em torno da obra e exposição ¿A Terra ainda é redonda? de Cristina Ataíde, que cruza arte e ciência.

Este encontro, contará com a presença da Artista, Cristina Ataíde, Andrea Martins, Investigadora e Arqueóloga e Emília Ferreira, Directora do MNAC.

Após a conversa, haverá uma visita orientada com a Artista à Exposição.

Confirmação de presença para: geral@mnac.dgpc.pt

Átrio do MNAC, R. Serpa Pinto 4

Mais informações: https://shorturl.at/rsAKL

Organization:
MNAC/DGPC
Local:
Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa

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