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Património Cultural

Exhibitions Até 7 de janeiro de 2024

Balada do Condado Laranja

Está patente até 1 de janeiro de 2024, na Galeria PeP, no Museu Nacional de Arte Contemporânea, em Lisboa a exposição Balada do Condado Laranja com a curadoria de Emília Ferreira.

A exposição é um projeto integrado no espaço laboratorial da galeria [PeP], que reúne desenhos e poemas visuais, da autoria de Catarina Patrício. Na relação entre os dois grupos de trabalhos encontramos a velha, mas sempre complexa (outro modo de dizer dinâmica e rica), relação entre imagem e palavra, na igualmente antiga busca da criação de novas sequências de linguagem. Podem imagens e palavras iluminar-se reciprocamente?

Analista das formas visuais do mundo, com particular apetência para a sua revelação através do cinema, Catarina Patrício aborda o desenho de um modo eminentemente técnico, sem, contudo, iludir aspetos emocionais, narrativos, a que a escolha dos frames, e as novas montagens (sobreposições, invenções, cruzamentos de imagens e palavras) nos convidam.

História e cultura, duas faces da mesma moeda, têm produzido não apenas realidades palpáveis, quotidianas, como vastos sentidos simbólicos, narrativos que são sempre o resultado de processos complexos. Dizendo de outro modo, nada do que vivemos ou pensamos é destituído daquilo a que podemos chamar o ar do tempo, misturado com as nossas circunstâncias, tensões e desejos pessoais. Vivemos no seio de relações, em espaços e tempos concretos e físicos, mas também conceptuais, com ideias, sonhos, esperanças, crenças.
A velha definição do humano como o animal que significa, o animal cultural, é notória no trabalho de Catarina Patrício. Imagens e palavras — nada escapa à história e à cultura. E é isso que a artista expressa, em análise cirúrgica, de lápis em riste, em versão de benigno bisturi.
Existe uma relação de dança, de tensão, entre imagens e palavras. Aquelas, permeáveis a estas, deixam‐se redefinir ou “redimensionar” por elas; e estas — as palavras — não se livram do seu passado de desenho, de uma certa “arquiescritura”, que aponta esse pretérito riscado na terra, e que se tem alterado, sedimentado, ao longo do tempo, sem, contudo, se livrar desse corpo — o signo.

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CATARINA PATRÍCIO

Doutorada em Comunicação pela NOVA‐FCSH, na especialidade Cultura Contemporânea e Novas Tecnologias, realizou estudos de Pós‐Doutoramento na mesma faculdade. Artista Visual, formada em Pintura pela Faculdade de Belas‐Artes da Universidade de Lisboa e Mestre em Antropologia pela NOVA‐FCSH, Catarina Patrício é Professora no Departamento de Ciências da Comunicação e no Departamento de Cinema e Artes dos Media da ECATI [Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação], Universidade Lusófona, desde 2010. Investigadora integrada no CICANT, publica ensaios e expõe obra artística regularmente.

Organization:
MNAC
Local:
Galeria PeP do Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa

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